sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Adolescentes, festas e bebidas

Adolescentes, festas e bebidas
Rosângela Silva ( Texto publicado na Revista D'Avila)


Toda semana  tem motivo para comemorar. O aniversário de alguém, a chegada de uma viagem, a ida a uma viagem, o início das férias, a volta às aulas, intercâmbio da amiga, emtre tantas outras possibilidades.
Ser mae-pai de adolescente é viver num eterno estado de alerta. E garanto estado de alerta ainda maior do que vivemos na infância dos nossos filhos em que na maioria das vezes estavam sob nosso teto, nossas asas.
Vívidos por liberdade e por encontrar os amigos e pares românticos querem e precisam de espaço para exercitar o que aprenderam dentro de casa.
As festas, os rolês tiram nosso sono, mas ensinam aos nossos filhos sobre a vida, seus perigos, suas seduções, suas armadilhas.
As festas, bem as festas... Os nomes, sugestivos de tantas possibilidades nos assustam e nos fazem querer ser um pernilonguinho  ou quem sabe um vagalume (ainda existem vagalumes?) para passear por lá: “Festa da diretoria”, “Só os bons”,  “Vai embrasando”, Glow Party, Malandramente, “Acoolteceu”, Chacrowisky,
Passando pelo nome, vem a parte: open bar ou levar bebida. Open bar  assusta, pois podem beber além da conta. Levar bebida  dá a impressão de que há maior controle, pois nem todos levam, nem todos contam isso aos pais, a meninada tem grana controlada.
Seja como for , eles vão lá e bebem. Bebem pra se soltar, bebem para se desinibir, para tomar coragem de agir, seja para se aproximar do par escolhido, seja para dançar mais solto, seja para ter coragem de aventuras mais ousadas.
Na minha experiência como mãe, não nego, vou junto com minha filha e compro a bebida para ela levar, assim controlo que está levando, o teor alcóolico, a quantidade. Confesso que nas primeiras vezes que fiz isso entrei em pânico, mas pensei “é melhor ela me contar, eu participar desse momento, do que ela fazer isso escondido”.
Pego a oportunidade e senta que lá vem conversa... “Beba a ponto de estar ciente do que está fazendo”, “não beba de copos alheios”, “Reveze a bebida com água”, “Esteja sempre com acompanhada das amigas(os)”, “não fique sozinha na festa”, “quando for convidada para algo duvidoso, lembre-se do que seus pais diriam” e blá, blá, bla. Na dúvida reviso todas as orientações.
Se adianta tudo isso? Não sei de verdade, mas prefiro pecar por excesso do que por omissão.
Toda vez que entro em aflição procuro lembrar dessa minha fase. Como eu pensava? O que eu fazia? Até onde eu ia? Quais eram as sensações boas e ruins vividas? O que me movia? Que medos e vontades eu tinha? Como me sentia conhecendo toas aquelas novidades que me chegavam?
No meu caso as orientações e ensinamentos dos meus pais funcionaram. Rezo todos os dias no desejo de que com minha filha há de funcionar também.


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