quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia das Mulheres

" MULHERES SÃO ...
... tecelãs. Tecem sonhos com fios de lágrimas... Tecem vidas em suas barrigas com esperanças e alegrias infantis. Mulheres são feiticeiras. Inventam magias e encantamentos.E atraem e cativam com um simples olhar. Mulheres são meninas. Acreditam em príncipes e finais felizes.Mulheres são guerreiras. Enfrentam a luta com galhardia. E não esmorecem mesmo quando cansadas. Mulheres são sábias. Trazem em si toda a sabedoria do mundo, ao repartir, entre os filhos, o pão, o carinho,e o próprio tempo. Mulheres são especiais. Mulheres são seres próximos de Deus.Mulheres são anjos. Mulheres são mães. A mais perfeita tradução do mistério da eternidade da alma. "

(Rita Licks)

sábado, 3 de março de 2012

Esmaltes, batons e sutiãs

Esmaltes, batons e sutiãs
por Rosângela Silva

Sendo mãe de uma menina de 11 anos, tenho vivido momentos frequentes de exercício da minha paciência e persistência. Paciência para aceitar suas escolhas, vontades, opiniões, para conter momentos de revolta, para dosar sua independência e persistência para repetir a mesma orientação mais de uma vez, para corrigir suas condutas um tanto equivocadas, para conter seus ímpetos de rebeldia.
A garota vive uma fase de suspiros e paixões, muitas conversas com amigos e amigas, entorpecida pelas músicas, querendo ir a baladas para adolescentes, seduzida pela internet.
Existe nela um enorme gosto por esmaltar as unhas, precisando trocar a cor a cada dois ou três dias. E os batons e lápis no olho são adereços imprescindíveis.
Mas, o que mais me chama a atenção e me faz reviver questões da minha pré-adolescência, se é que tínhamos isso naquela época, é o fascínio pelos sutiãs. Lembro-me que quando meus seios começaram a crescer, com vergonha de falar com minha mãe, copiei por conta própria, a ideia de uma coleguinha. Ela punha uma camiseta regata por baixo e o uniforme por cima. Assim resolvi um dos primeiros dilemas referentes a essa difícil fase. É certo que vieram outros, mas desses, conto numa próxima vez.
Hoje as meninas usam sutiãs desde muito cedo e eles estão cada vez mais em evidência e à mostra. Aos três ou quatro anos já pedem e as mães já compram. Embora tenha o lado da “adultização” precoce das meninas, por outro, essa questão é tratada de maneira muito normal, sem medos ou vergonhas infundados. No meu tempo não era assim.
Nos dias de hoje, a questão não é mais o sutiã, mas o pedido para que compremos o sutiã de bojo! Polemizando a questão, acho muito preocupante que meninas de cinco ou seis anos andem por aí exibindo um seio que ainda não têm e com isso sendo mais facilmente notadas e colocadas mais vulneráveis ao meio.
Logicamente a produção e a venda dos sutiãs de bojo estão ligadas ao consumismo e as crianças são presas fáceis para o comércio que sempre está inventando forma de seduzi-las. Por isso os pais precisam ficar atentos e ser firmes em seus conceitos.
Lembro do dia em que Raphaela foi comprar biquíni com o pai. Ela tinha uns sete anos, conseguiu convencer sobre o seu desejo e apareceu em casa com um sutiã de bojo na parte de cima. Logicamente ela nunca usou o tal biquíni e não entende até hoje porque da proibição.
Sim! Elas querem copiar suas mães e todas as demais mulheres que as rodeiam. E isso até que é bem saudável. Quem de nós, mulheres não brincou colocando enchimento para parecer que tínhamos seios grandes? Quem de nós, ao brincar, não inventou uma barriga de grávida colocando almofadas por baixo da roupa? Quem não usou as roupas, os saltos e as maquiagens da mãe?
Especialmente falando do sutiã, este é um marco forte na puberdade e seu uso vai além da necessidade de proteger e sustentar as mamas. Parece-me, que existe um fetiche por parte das meninas, que ao usá-lo, agregam poder a si mesmas mostrando que já são grandes e que podem fazer as coisas que os adultos fazem.
O que precisamos é encontrar um caminho equilibrado para que não estimulemos demais um crescimento antecipado, fazendo-as pularem fases que seriam essenciais para o seu amadurecimento psicológico e emocional.
É preciso lembrar que as nossas ações de pais influenciam o desenvolvimento de nossos filhos, em todos os aspectos, inclusive no que diz respeito à sexualidade e sensualidade.
Longe da ideia de queimar os sutiãs de bojo, o que temos que queimar é a ideia de produzir crianças como adultos em miniatura. Aos seis, dez ou onze anos o que elas precisam é brincar, estudar e ser felizes com a idade que têm.